sexta-feira, 11 de julho de 2008

Confesso que eu estava me sentindo muito bem! Imaginem: tudo novo, diferente... um frenesi, uma loucura total! Muita gente passando, indo, voltando. Eu sempre gostei disso, de movimento. Agora, pela primeira vez, eu estava no comando. Eramos quatro: Cézar e eu na frente, Jorje e Philippe atrás. Eu os guiava, gritávamos e dançavamos ao som louco de uma banda nova que fazia a nossa cabeça. Não posso dizer que eu estava em boas condições, nem eles. Cara, tinhamos bebido muito naquela noite e continuávamos assim. Eu segurava um copo quase cheio na mão direita, e com a esquerda ia abrindo caminho, em direção ao outro lado. Era um trânsito tão grande que por vezes tinhamos que parar, esperar pra que alguém desse espaço pra passarmos. Mesmo assim íamos seguindo, eu cada vez mais alto, errei o caminho, tive que voltar mas ria disso, como se ninguém estivesse nem aí. Alguns gritavam, me xingavam, mas eu estava pouco me importando. Resolvi ir mais rápido pra chegar logo, nem via mais por onde passava, mas não parei, os três reclamaram um pouco, embora também quisessem chegar logo. No meio do caminho naquela velocidade e cada vez sentindo mais o efeito do trago, bati. Nos segundos seguintes ao choque não vi nada, fechei os olhos e quando abri, tinha muita gente em volta, todos olhando assustados pra tudo aquilo... nem o som eu conseguia ouvir mais. Meus amigos logo disseram pra que a gente prosseguisse, não tinha sido nada, diziam. Mas eu vi o sujeito ali na minha frente: todo vermelho, toda a roupa que era branca, com alguns detalhes que agora eu não conseguia identificar a cor, por causa daquela vermelidão que consumiu roupa, rosto e braços do cara.


- vamo cara! vamo embora! - disse Philippe.


- não meu, olha o estado que o cara ficou! - respondi


O rapaz me encarou, parecia decepcionado, essa era a palavra... acho que ele sabia que de certa forma eu não tinha culpa. Parecia um pouco bêbado também. Mesmo assim, imaginei se fosse comigo, aquele vidro se quebrando, e estragando a minha noite. Preferia que tivesse acontecido a mim, que tinha bebido muito já, não teria problema voltar pra casa, mesmo estando longe. Ele levantou, veio em minha direção. me encarou e por fim falou:


- meu, que idiota tu é! tu estragou minha noite porra!


- eu sei brother, não sei como me desculpar.


- mas eu sei!


- ah é?


- vai me pagar um ceva.


- beleza, tranquilo!


- e mais uma coisa! - ele me encarou:




- nunca mais tenta atravessar toda a pista de dança correndo com um copo cheio de CAMPARI na mão!



por isso: se beberem, não dirijam, e se tiverem com um copo de campari na mão, não andem!


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