sexta-feira, 14 de novembro de 2008


Em mundo cada vez mais globalizado, cada vez mais urbanizado e cada vez mais estressante é quase impossível ficar em paz sem ser perturbado. Onde quer que você esteja sempre haverá ao menos um integrante dos grupos mais inconvenientes que existem: os chatos e os malas. Quase todos nós fazemos parte do grupo, uma vez que a determinação dos componentes desta corja é subjetiva. Os que são chatos pra mim, talvez não sejam pra o resto do mundo, mas de qualquer forma, já fazem parte do bando.

Na segunda-feira de manhã eles aparecem em grande número: os colegas de trabalho malas pra falarem da derrota do seu time, do tempo ou pedindo se você viu o fantástico – seja com duplo sentido ou não. Os colegas chatos lhe aporrinham pedindo favores completamente importunos, contam sobre o fim-de-semana no sítio do tio e pedem dinheiro emprestado.

Depois destes desprazeres iniciais, você resolve acessar seu e-mail, ler as notícias e conversar no MSN. Lá estão mais chatos e malas. Senão vejamos: O primeiro chato costuma ser seu computador, que demora pra iniciar, trava e às vezes fica sem internet, ou por culpa própria ou por culpa da BrasilTelecom – um nicho do grupo dos chatos que se enquadra também no grupo dos malas e é quase uma unanimidade quando se trata de aborrecimentos. Resolvida a primeira chateação, você entra no seu e-mail e lá estão as maravilhosas mensagens em PowerPoint e as amedrontadoras correntes que ameaçam até a sua capacidade de procriar caso você não as repasse. E quando você as apaga sem dó nem piedade, aparece o chato mandando piadinhas e fotos sobre cerveja e sobre a “peguete do findi”. A paciência é uma virtude, e você que se agüente, pois ainda nem é meio-dia.

Quando você entra no MSN, aí meu amigo, malas e chatos se misturam e fica impossível diferenciá-los. Mais chacota sobre seu time, mais peguetes, mais fofocas, nick’s esdrúxulos e o mala que fica entrando e saindo do MSN de cinco em cinco minutos são o início. Quando você resolve trabalhar e coloca no seu status que está ausente ou ocupado, sempre tem um acéfalo que não entende e começa a conversar, este é o mala mestra.

Os chatos e malas continuam aparecendo durante toda a semana, enquanto você vai esperando pelo final dela, a fim de descansar em paz. No fim-de-semana então, quando você resolve dormir o sono dos justos, outros malas e chatos aparecem: os vizinhos. Sempre existe a vizinha mala: aquela que resolve fazer faxina no sábado de manhã, liga na rádio Caiçara e coloca o aparelho de som bem ao lado da sua janela, no volume mais alto possível. Ou o vizinho chato, que toca a campainha da sua casa às oito da manhã do sábado pra lhe oferecer a rifa da igreja ou o frango assado da associação de moradores do bairro – que às vezes nem é o seu. Quando você resolve ir a um lugar tranqüilo, ficar de baixo de uma árvore pensando em nada ou caminhando num parque qualquer, eles também aparecem. Se você está sentado pensando na vida, existe sempre a possibilidade de um passarinho chato começar a piar perto de você, ou surgir um mosquito mala pra lhe dar coceira. Se você liga seu mp3player, coloca os fones nos ouvidos e sai na rua, é grande a chance de um chato de um conhecido aparecer pra te acompanhar, mesmo sem saber pra onde você vai, e assim o plano de ouvir música em paz escafede-se.

Note você que, ninguém escapa do grande grupo dos chatos ou dos malas. Você terá de enfrentar muitos deles, e certamente você já faz parte de um grupo destes. A diferença é tênue e às vezes imperceptível, e sem querer você pode ser os dois. Mas não se preocupe, afinal o mundo todo faz parte disto, todos estamos unidos em combater e fomentar a chatice e o aborrecimento.

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