Todo mundo gosta de se desviar da realidade de alguma forma. Todos gostam de sonhar. Eu sonho, sonhei e certamente vou continuar sonhando. Mas desde cedo eu tive um desvio de realidade com algo comum as crianças: o amigo imaginário. Mas diferente dos amigos imaginários normais, o meu amigo imaginário me fazia desviar dos amigos de verdade, pra ser o que eles não eram. O meu amigo era o VIRLYS. Virlys era um cara mais velho, tinha vários carros e era muito rico. Ele pensava igual a mim, concordava com tudo que eu dizia e me fazia sentir importante. Se ninguém me dava bola, azar, o Virlys tava lá. Passei anos na companhia dele, e assim pensava: se não gostam do que eu faço, dane-se! Tenho o Virlys.
Quando passei de fase e me tornei adolescente larguei o coitado. Amigo imaginário era coisa de criança. Mas algo inconscientemente teria que substituir o efeito que o Virlys me proporcionava, uma falsa paz de achar que, aqui no meu mundo o que importa sou eu, e que um dia vai ficar tudo certo. O novo amigo era diferente. Era a síndrome do Rockstar. Montei uma banda de rock porque gostava de tocar é claro, mas ela era mais do que isso. Foi em seu início uma tentativa de que se eu ficasse famoso, tudo daria certo. Sempre pensei que quando eu ficasse conhecido e rico, eu é que estamparia as páginas das colunas sociais do Jornal de Gramado. E de novo, se nada der certo, dane-se! A fama me espera. Ainda bem que com o tempo eu fui crescendo, pra perceber que a banda tinha um significado muito mais importante. Eu fazia amigos, conhecia pessoas importantes e especiais e descobri que página social do Jornal de Gramado não é parâmetro pra sucesso nenhum, às vezes bem pelo contrário. Depois disso, vieram outros planos e coisas que acontecem na vida que me fizeram deixar a banda. Não sinto falta dela, sinto que fui até onde o sonho pôde ir antes de se tornar decepção. Mas há algo em comum entre Virlys e banda. Os dois tiveram – embora a banda não em todo tempo – uma característica de me fazer pensar num mundo que não existe, mas não isso simplesmente, fizeram com que eu idealizasse um planetinha só meu onde tudo estava reservado, guardado pra mim. Por isso que às vezes eu me irrito quando falam que ‘o que é meu ninguém tira’ ou ‘o que é teu ta guardado’. E ainda mais quando ‘Deus sabe o que faz’. Quanto tempo a gente se desculpa por coisas e vai achando motivos pra outras sem olhar bem pra ver que somos nós que fazemos as coisas acontecerem? Quantas vezes eu briguei com algum amigo por pensar que o Virlys concordava. Porque eu deixei de tentar fazer outras coisas pra achar que a banda daria certo e eu seria famoso? E aí quantas vezes todo mundo se afunda no ‘abstratismo’ no ‘deusabeoquefazismo’ pra não dizer: puta merda é tudo culpa minha!
Não gosto que venham me falar que tudo vai dar certo. É uma boa maneira de se consolar alguém ou de dar força, mas não é certo que vá dar certo. O que é certo e o que é errado quando tratamos de nós mesmos?
Não sei se alguém mexeu no queijo, nem sei qual é o segredo (talvez por ser segredo) e não conheço nem o monge nem o executivo. Só conheço esses meus textos que falam mil vezes da mesma coisa, só conheço o Virlys e eu.
Quando passei de fase e me tornei adolescente larguei o coitado. Amigo imaginário era coisa de criança. Mas algo inconscientemente teria que substituir o efeito que o Virlys me proporcionava, uma falsa paz de achar que, aqui no meu mundo o que importa sou eu, e que um dia vai ficar tudo certo. O novo amigo era diferente. Era a síndrome do Rockstar. Montei uma banda de rock porque gostava de tocar é claro, mas ela era mais do que isso. Foi em seu início uma tentativa de que se eu ficasse famoso, tudo daria certo. Sempre pensei que quando eu ficasse conhecido e rico, eu é que estamparia as páginas das colunas sociais do Jornal de Gramado. E de novo, se nada der certo, dane-se! A fama me espera. Ainda bem que com o tempo eu fui crescendo, pra perceber que a banda tinha um significado muito mais importante. Eu fazia amigos, conhecia pessoas importantes e especiais e descobri que página social do Jornal de Gramado não é parâmetro pra sucesso nenhum, às vezes bem pelo contrário. Depois disso, vieram outros planos e coisas que acontecem na vida que me fizeram deixar a banda. Não sinto falta dela, sinto que fui até onde o sonho pôde ir antes de se tornar decepção. Mas há algo em comum entre Virlys e banda. Os dois tiveram – embora a banda não em todo tempo – uma característica de me fazer pensar num mundo que não existe, mas não isso simplesmente, fizeram com que eu idealizasse um planetinha só meu onde tudo estava reservado, guardado pra mim. Por isso que às vezes eu me irrito quando falam que ‘o que é meu ninguém tira’ ou ‘o que é teu ta guardado’. E ainda mais quando ‘Deus sabe o que faz’. Quanto tempo a gente se desculpa por coisas e vai achando motivos pra outras sem olhar bem pra ver que somos nós que fazemos as coisas acontecerem? Quantas vezes eu briguei com algum amigo por pensar que o Virlys concordava. Porque eu deixei de tentar fazer outras coisas pra achar que a banda daria certo e eu seria famoso? E aí quantas vezes todo mundo se afunda no ‘abstratismo’ no ‘deusabeoquefazismo’ pra não dizer: puta merda é tudo culpa minha!
Não gosto que venham me falar que tudo vai dar certo. É uma boa maneira de se consolar alguém ou de dar força, mas não é certo que vá dar certo. O que é certo e o que é errado quando tratamos de nós mesmos?
Não sei se alguém mexeu no queijo, nem sei qual é o segredo (talvez por ser segredo) e não conheço nem o monge nem o executivo. Só conheço esses meus textos que falam mil vezes da mesma coisa, só conheço o Virlys e eu.
Um comentário:
Eu nunca tive um amigo imaginário...
Mas eu acho que de certa forma crio alguns dentro da minha consciência carente de amigos de verdade, que me entendessem de verdade, enfim. E acabo me deixando levar pela imaginação as vezes, e ai quando abro os olhos, não vejo em meus conhecido o que gostaria. Mas ai penso, que graça teria a vida se tudo fosse como a gente quer? Não teríamos que lutar por algo, e o bacana é ir a luta, mesmo que perdemos uma, duas, três batalhas, porque a guerra ainda continua, e um dia a batalha será vencida. :)
Eu gosto dos seus textos.
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